Como as novas tarifas de Trump impactam a segurança condominial

No começo do mês passado, deu-se início a uma guerra comercial envolvendo as duas maiores potências econômicas mundiais: Estados Unidos e China. Desde o anúncio das primeiras tarifas impostas para todos os países pelo governo de Donald Trump, houve retaliação dos chineses e o “tarifaço” de um lado e de outro não parou de aumentar.

Tudo ainda é muito incerto, o que dificulta as previsões, mas podemos olhar para o novo cenário econômico, que também impacta o mercado de segurança, por dois olhares opostos: o de oportunidades e o das preocupações.

A conjuntura do mercado vai depender muito de onde as empresas brasileiras importam seus produtos. Normalmente, uma grande parte dos equipamentos de segurança vem dos países dos Tigres Asiáticos. Com essa guerra comercial, muito provavelmente, uma parcela da demanda que os norte-americanos consumiriam, e não vão consumir mais por causa do preço, será distribuída a outros países. Desta forma, é bem possível que eles poderão chegar aqui no Brasil, inclusive, com uma condição de preço muito melhor. Nesta visão otimista, teríamos um aumento na concorrência, facilitando para quem busca segurança ter acesso às tecnologias de ponta.

A disputa também abre oportunidades para os dois maiores mercados consumidores do mundo buscarem novos parceiros, já que o comércio entre os dois hoje é gigante e será muito modificado. Nesta esteira abrem possibilidades, inclusive, para o nosso país.

Ao mesmo tempo, a nova política tarifária dos EUA poderá estimular o crescimento dos negócios para abastecer o mercado da China, que é o maior fornecedor mundial de matéria-prima, e consequentemente reduzir, dentro do médio a longo prazo, a sua oferta disponível de exportação, o que colaboraria para um aumento dos preços dos produtos importados do país. Se a China consumir bastante do que produz, não vai conseguir exportar o mesmo volume que exportava. Assim, os chineses poderão continuar exportando ao Brasil, por exemplo, mas, talvez, cobrando um valor um pouco mais caro.

Outro ponto de impacto é nos componentes para montar a tecnologia final. Os preços deles podem subir no mercado internacional. O Brasil, que importa muitos desses itens, paga um preço maior também, mesmo sem estar diretamente na briga entre essas potências. Resultado: os produtos ficam mais caros, as margens apertam e o custo final ao cliente aumenta.

Isso sem entrar no mérito da volatilidade do câmbio, que influi de maneira importante no valor final de todos os produtos em um mercado com a integração global que possuímos.

Não há dúvida de que todos seremos afetados por essa batalha de alguma forma. Por isso, é importante que o Brasil busque alianças comerciais com novos mercados, abrindo caminhos para escoar sua produção e receber insumos sem sofrer tanto. Existem riscos e, com certeza, prejuízos, mas também podemos encontrar boas oportunidades para um futuro econômico mais sustentável.