Mercado imobiliário se adapta às novas demandas do público 60+

O envelhecimento da população brasileira está mudando a forma como incorporadoras e imobiliárias repensam suas ofertas. Já são mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos, o equivalente a 15,8% da população, segundo o IBGE. Esse público, cada vez mais ativo e exigente, tem impulsionado mudanças significativas nas preferências por imóveis e nas estratégias de atendimento das imobiliárias.

Segundo a imobiliária RE/MAX Brasil, clientes 60+ buscam hoje imóveis menores, lineares, próximos ao comércio e a serviços de saúde, além de condomínios que ofereçam segurança, áreas de convivência e contato com a natureza. “O elevador é imprescindível, assim como áreas de caminhada, espaço pet e portaria 24 horas. O público acima de 60 anos valoriza a praticidade, mas sem abrir mão da qualidade de vida”, afirma Alexandre Naves Cotta, broker da RE/MAX Ace (MG).

Segundo Tuany Polo, franqueada da RE/MAX Lounge, de Ribeirão Preto, SP, a mudança de comportamento é clara. “Se antes o sobrado era símbolo de status, hoje a geração 60+ busca praticidade e funcionalidade. O maior desafio é conciliar diferentes gerações no processo de compra, filhos e netos muitas vezes influenciam nas decisões e nem sempre têm os mesmos critérios”.

A demanda crescente desse perfil de clientes coincide com um momento positivo do setor. De acordo com o levantamento elaborado pela Comissão da Indústria Imobiliária (CII/CBIC) em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, no segundo trimestre de 2025, foram comercializados 102.896 imóveis, movimentando cerca de R$ 68 bilhões. Esse cenário abre espaço para produtos voltados ao público sênior, como apartamentos acessíveis, condomínios com infraestrutura de lazer e serviços de conveniência.
 
Para William Silva Pimenta, franqueado da RE/MAX Ponto, de Jaguariúna, SP, a busca por imóveis em regiões com centros médicos e opções de lazer ao ar livre vem ganhando destaque. Já Cristiano Silvio Fernandes de Camargo, da RE/MAX Ventura, de Araraquara, SP, observa que “a influência dos filhos e netos é decisiva. Enquanto os avós preferem bairros tradicionais, os filhos buscam infraestrutura em condomínios e os netos optam por imóveis compactos com lazer integrado”.